The Great Gatsby
FIGURINO DE LUXO PARA DELEITE DOS OLHOS
Muito já se falou e escreveu sobre a produção "The Great Gatsby", que estreou no ano de 2013 - escrevo esse texto sete anos depois, em 2020.
O meu intuito aqui é de apenas compilar algumas informações importantes a respeito dessa obra-prima que, pode ser que, você não tenha notado e vale a pena ser assistida repetidas vezes.
O filme nos oferece mais de duas horas de deleite para os olhos, com fotografia impecável e cenografia e figurino que nos absorvem para um mundo colorido e glamoroso, mas não sem antes cumprir o papel de nos fazer refletir sobre os instintos mais egoístas e insensíveis do ser humano, em busca de poder e prazer.
Imagem: IndieWire |
SINOPSE
O aspirante a escritor Nick Carraway (Tobey Maguire) deixa o centro-oeste americano e chega a Nova York na primavera de 1922, uma era de afrouxamento moral, jazz resplandecente e rios de contrabando.
Aqui já fica a sugestão para dar atenção às cenas de festas, com coreografias coordenadas, cores brilhantes e vibrantes e preenchimento de espaço dos atores no melhor estilo teatral, a lá Broadway: muita música, movimento e sensualidade.
Nick Carraway chegando em NY: cena do filme "The Great Gatsby", 2013 |
Perseguindo seu próprio sonho americano, trabalhando na bolsa de valores de NY enquanto cursa a faculdade, Nick vira vizinho de um misterioso e festeiro milionário, Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio), quando vai viver próximo à sua prima Daisy (Carey Mulligan) e seu marido mulherengo de sangue azul, Tom Buchanan (Joel Edgerton).
Daisy tem um efeito hipnótico nos espectadores, pois tudo nela é meticulosamente perfeito: cabelo, gestos, roupas e principalmente, as joias!
Daisy em sua primeira aparição no filme: repleta de diamantes Tiffany&Co, 2013 |
O que falta de entusiasmo e emoção em Daisy, transborda nas interpretações de Gatsby e Nick. Assim, ao meu ver, o par protagonista do filme são os dois, enquanto Daisy assume o papel de coadjuvante da trama.
Nesse contexto, Nick é atraído para o mundo cativante dos milionários, suas ilusões, amores e fraudes.
Nick é um verdadeiro observador. O autor o coloca sempre presente nas cenas mais importantes para a trama. A certa altura, me questionei se ele de fato existia ou se era apenas a voz do escritor.
Após testemunhar esses fatos, de dentro e fora do mundo de Daisy e de Gatsby, Nick escreve um conto sobre amor impossível, sonhos incorruptíveis e tragédias que espelham nossos próprios conflitos em tempos modernos.
Cena em que Nick Carraway começa a escrever sobre Gatsby em uma sessão de terapia, 2013 |
FIGURINO
O ponto alto do filme!
Assinado pela figurinista e designer de interiores Catherine Martin, vencedora de nada menos que 4 Oscar's, tudo na caracterização dos personagens parece estar em perfeita ordem.
Catherine Martin e seus croquis para o filme The Great Gatsby, 2013 / Foto: Al Seib |
Em entrevista ao Los Angeles Times, Catherine afirma que o diretor do filme, Baz Luhrmann, que também é seu marido, solicitou que o filme não tivesse um ar de nostalgia.
"Embora para nós, ao olharmos fotos em preto e branco de nossos avós e bisavós sejamos transportados a um tempo nostálgico, as pessoas naquele período viviam uma efervescência cultural com foco no futuro, era o tempo da modernidade!"
Cena do filme The Creat Gatsby, 2013 |
Catherine lembra também que as mulheres estavam experimentando mais liberdade, saindo do período vitoriano e agora estavam também livres dos espartilhos. É esse espírito jovem e moderno que ela buscou apresentar no filme, e sim, conseguiu com louvor!
Como se não bastasse, as roupas das cenas de festa ainda contam com a assinatura de Miuccia Prada e as joias foram desenvolvidas pela joalheria Tiffany, que após o lançamento do filme comercializou a coleção "The Great Gatsby", com os itens mais icônicos usados na produção.
MIUCCIA PRADA
Sobre a participação de Miuccia, Catherine fez a seguinte declaração ao Los Angeles Times:
Croquis Miuccia Prada para o figurino de The Great Gatsby, 2013 |
"Eu estava extremamente nervosa, mas ela foi incrivelmente positiva. Ela adorou que seus vestidos se fundissem perfeitamente com os figurinos que fabricamos internamente. A meta era criar aquele toque ultra-high-fashion para essas festas, bem como fazer com que fosse um belo aceno para todos os estilistas que vieram à tona nos anos 20, como Coco Chanel e todas as mulheres que estavam fazendo roupas para seus contemporâneos. Uma das razões pelas quais eu estava tão interessada na colaboração entre MiuMiu e Baz é que ambos são bem conhecidos por suas fortes referências do passado, mas seu produto final sempre olha muito para o futuro. Eles formam um excelente ponto de tensão"
TIFFANY & CO: GATSBY
Para desenvolver a criação do figurino, Catherine Martin teve acesso aos arquivos da joalheria Tiffany, para buscar referências de imagens e joias do período contemporâneo a Gatsby. Veja o que ela contou sobre esse processo e esse arquivo ao Los Angeles Times:
"Que recurso incrível! Como é maravilhoso que o patrimônio e a herança da empresa sejam reconhecidos e valorizados. Fomos lá, a princípio, por causa dos arquivos, mas descobrimos que Fitzgerald (Francis Scott Key Fitzgerald, autor do livro publicado em 1925) também era um cliente e um fã da Tiffany, com uma conexão direta a uma parte do livro:
Tom Buchanan dá a Daisy um colar de pérolas no valor de $350.000 e uma das coisas no final do século XIX que a Tiffany promoveu foi a ideia de que um colar de pérolas é um presente do rito de passagem para uma jovem. Portanto, Fitzgerald não era apenas um cliente, mas usava as perolas como um exemplo de presente de classe alta. Todas as contribuições surgiram desse tipo de processo orgânico e foram incrivelmente frutíferas".
A trama trata justamente a questão do desejo humano de, muitas vezes, poder se retratar com o passado, refazê-lo. O foco está no ponto de decisão que mudou a vida de Daisy para sempre.
Não à toa, a personagem usa perolas do começo ao fim do filme, fazendo a conexão entre o passado e o presente, entre a menina e a mulher; entre Gatsby e o futuro.
JOIAS FAMOSAS DO FILME GATSBY
Primeiro: No Anel Solitário de Diamantes que apresenta a personagem ao público.
Segundo: Nas joias usadas para ir em uma festa na casa de Gatsby. Essas são de longe as peças mais icônicas do filme.
É possível encontrar reproduções em larga escala (e baixa qualidade) do conjunto usado por Daisy em diversas lojas on-line.
Terceiro: O colar de $350.000 usado no casamento de Daisy. Apesar de ter um valor simbólico muito importante para a trama, ele aparece rapidamente, apenas em um momento do filme, em flashs. Mesmo assim, consegui compilar algumas imagens dessa joia tão bela, para a nossa contemplação:
O momento em que Daisy é presenteada por seu noivo:
Após tantos spoilers (rs) espero que você se inspire em conhecer o filme ou, caso já tenha visto, revê-lo com um olhar mais atento.
A magia encantadora das Artes Cênicas está em notar as nuances de cada personagem e as pistas que o diretor, o cenário, a cenografia e o figurino proporcionam ao espectador.
Esse é o tipo de longa metragem que podemos assistir repetidas vezes e sempre encontraremos um detalhe a mais para ser apreciado ou um flerte novo com a emoção, que não havíamos notado anteriormente.
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